As almas do purgatório, segundo a teologia católica, são aquelas que morreram em estado de graça, mas que ainda precisam passar por uma purificação para alcançar a santidade necessária para entrar no Céu. Esse estado intermediário não é de condenação, mas sim de purificação, onde as almas expiam imperfeições e pecados veniais que não foram plenamente reparados em vida.
O purgatório é visto como um processo de misericórdia divina, em que as almas se preparam para a presença de Deus. A Igreja Católica ensina que as orações, missas, e obras de caridade dos vivos podem aliviar o sofrimento das almas no purgatório, ajudando-as a acelerar sua jornada para a bem-aventurança eterna. Por isso, práticas devocionais como rezar pelas almas, especialmente em novembro, são formas de caridade espiritual altamente valorizadas.
Santa Hildegarda de Bingen, uma das grandes místicas da Igreja, também reflete sobre o processo de purificação das almas. Em suas visões, ela retrata o purgatório como uma etapa na qual as almas se libertam gradualmente das marcas do pecado, aproximando-se da luz de Deus. A visão de Hildegarda nos inspira a reconhecer a importância da vida virtuosa e do apoio espiritual para aqueles que já partiram, reforçando a ideia de que nossa intercessão é um ato de amor e esperança.